Nota Informativa

6 de Setembro de 2024
BCE - Descida de taxas: um percurso cada vez mais difícil | nota breve 06.09.2024
  • Tudo indica que o BCE reduzirá as taxas em 25 p.b. em setembro (os mercados estão a fixar a taxa depo em 3,50% e a refi em 4,00% com uma probabilidade superior a 99%).
  • Depois de ter baixado as taxas diretoras em junho em -25 p.b. e de as ter mantido inalteradas em julho, o BCE esperou até à reunião de setembro para, em função dos dados disponíveis, avaliar um novo corte. A este respeito, tanto os dados de inflação de agosto como o indicador de salários negociados para o 2T mostraram um declínio em linha com o que o BCE poderá necessitar para reduzir novamente as taxas.
  • No entanto, é provável que o BCE se mantenha cauteloso, fazendo depender decisões futuras de novos dados económicos, isto apesar de as novas previsões macroeconómicas que serão publicadas nesta reunião fornecerem já um quadro para a discussão das próximas decisões de política monetária. O BCE ainda enfrenta uma inflação que se mantém acima do seu objetivo, com resistência em rubricas inerciais como os serviços. Esta situação poderá refletir-se numa ligeira revisão em alta da sua previsão para a inflação subjacente, que, no entanto, não deverá alterar a atual trajetória desinflacionista e a expetativa de convergência para o seu objetivo de 2% até ao final de 2025, mas que também aconselha prudência relativamente a futuras reduções das taxas.
  • Embora o consenso entre os membros do BCE relativamente ao corte das taxas na reunião de setembro seja amplo, na medida em que a maioria considera que a recente trajetória desinflacionista dá margem para proceder a este corte, este consenso tenderá a desvanecer-se à medida que a taxa de intervenção se aproximar da taxa neutra nos próximos trimestres. As taxas implícitas do mercado monetário, no entanto, mostram que os investidores descontam até 4 cortes nas taxas nos próximos 6 meses com um elevado grau de convicção.